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A caminho de São Paulo...

Olá amigos, boa noite! No texto de hoje falo sobre uma viagem que fiz a 1 ano atrás.
A tarde de 29 de novembro de 2013 era uma tarde quente e de tempo nublado em Belo Horizonte. Dali a 2 horas, eu sairia pra viajar, o destino era São Paulo. Eu fazia o último preparativo: organizar a playlist que seria tocada naquela viagem e carregar a bateria reserva do celular. Então fui olhar rapidamente o facebook, e fui me arrumar. Fiz a checagem dos itens necessários como câmera fotográfica, tripé para a câmera, documentos, blusa de frio, etc, etc e etc. Acabei de arrumar, enquanto meus pais acabavam de arrumar e pegar também seus itens necessários. Saímos de casa bem atrasados. Chegamos a Praça da CEMIG, o ônibus ainda não estava por lá, mas tinham uns ônibus por lá, com o mesmo destino que o meu. Finalmente o ônibus chega: um imponente e bonito Marcopolo Paradiso G6 1550LD, pertencente a Honofre Turismo, carro 107. Ele também já foi da Brasil Sul, tinha o prefixo 2030. Os vidros eram escuros, o que lhe conferia mais imponência. Por dentro ainda dava pra ver algumas marcas da antiga pintura. Embarquei e vi o conforto: 44 poltronas, semi-leito, em tecido esverdeado, com encosto de pernas, com 3 televisores, ainda de tubo. Então fui para meu lugar, e continuei contemplando o conforto: poltronas bem macias, o encosto de pernas trazia bastante conforto. Meu lugar foi estrategicamente escolhido levando em conta 3 fatores: distância do banheiro, onde estaria o pessoal mais animado e a proximidade do motor. Não demorou muito, e o O500RSD saiu da Praça da CEMIG esbanjando mais imponência ainda. Logo ganhamos a Rodovia Fernão Dias, mas foi o mesmo de ter permanecido na área urbana: o trânsito não deixava o ônibus andar como devia. Só depois de Betim que o trânsito cessou e o ônibus pode cumprir o seu propósito (andar. Muito). Dei uma rápida entrada no facebook e em seguida fui curtir a viagem.
Carro em que eu viajei. Foto: Antônio Carlos Fernandes/Ônibus Brasil

 Já era noite quando começamos a subir a serra de Igarapé, e somente ali finalmente poderia dizer que a viagem havia de fato, começado, pois somente ali o motor fora posto a prova, tendo a oportunidade de mostrar toda a sua fúria e força escondidos por baixo de todo a carroceria e pelo salão de passageiros, e de certa forma, silencioso. Fazia algum barulho, é verdade, mas não era uma barulheira que trazia incomodo, o que se tornou uma característica da Mercedes a partir do O400 eletrônico (os mecânicos ainda abrem o berreiro que nem nenê recém-nascido). Na descida da serra, já apareciam no céu alguns trovejos, prenúncio de que iria chover. Eu não levei a sério, por que o dia em BH havia sido quente e até ensolarado durante a manhã, porém me esqueci que estava em uma rodovia, só fui lembrar quando começou a chover. Graças ao insulfilm, só vi que estava chovendo no pedágio de Itatiaiuçu, mesmo assim por causa das luzes que deixavam ver que a janela estava molhada. E seguimos cada vez a sul, e, portanto, rumo a chuva. Em um trecho entre Carmópolis e Oliveira, caiu um raio tão forte que iluminou todo o ônibus. A viagem seguiu normalmente, com a chuva caindo lá fora. Por volta das 22 horas chegamos ao GRAAL Perdões. Comi algo e mesmo com chuva tentei fazer algumas fotos, porém só consegui uma blusa de frio molhada, fotos mesmo, nenhumas. Com isso, voltei pra plataforma do GRAAL, e embarquei de volta, para a segunda parte da viagem.  A segunda parte também marcava a troca de comando do ônibus. Todos a bordo, hora de partir e dormir (o pessoal, não eu). O segundo motorista começou com umas poucas engasgadas, mas logo conseguiu conduzir de forma tranquila. Não muito tempo depois, ele começou a pôr "as unhas prá fora", e saiu cortando todo mundo na estrada, e assoviando, do jeito que o O500RSD merecia ser operado e do jeito que o ouvido deste que vos escreve merecia ouvir naquele fim de noite de sexta, e início da madrugada de sábado. Sobrou até pra um G7 K400 da Gontijo, que ficou pra trás sem muita cerimônia.
Outra foto, dessa vez de traseira, em um rápida parada no GRAAL de Mairiporã. Foto: Eric Breno
Porém o ar condicionado do carro estava tão gelado que além de trazer dificuldade para respirar e ardência das vias nasais, dava a impressão que eu estava em uma câmara frigorífica. Foi ai que bateu o extremo arrependimento por não ter levado um casaco mais grosso (era só uma blusa de frio de lã, não muito fina mas não muito espessa), e por ter usado a blusa de guarda-chuva no GRAAL, por que eu estava com muito frio. Tive que apelar pra manta do ônibus, o que eu detesto fazer, por que geralmente fico com son... e dormi. Acordei um tempo depois, joguei a manta prá lá, mas o frio persistiu a nossa sorte foi que o motorista resolveu parar pra tomar um café no Euronav, em Camaducaia, e a galera (além de ter acordado) pediu pra ele aumentar a temperatura, que fora ajustada em 18 graus após a troca de comando, mas agora havia sido reajustada pra 22 graus. Surtiu efeito: durante os últimos quilômetros em Minas Gerais, a temperatura deu uma amenizada, e as janelas já começavam a embaçar. Finalmente cruzamos a divisa e estávamos em território paulista, o motorista tava andando bem com o carro. Após não muito tempo já estávamos na serra da Cantareira, última antes de São Paulo. Na descida, estávamos junto com 2 ônibus da Severo Turismo, como um comboio. Logo a estrada começou a ficar iluminada: estávamos chegando a São Paulo. Depois de 8 horas na estrada, finalmente chegamos a São Paulo.
Muito obrigada pela leitura e pelas visualizações. Abraços e até a próxima!

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