Pular para o conteúdo principal

Conhecendo (pra valer) a Scania

Boa noite amigos! Após um curto período de descanso, estamos de volta. Hoje vamos falar sobre a minha primeira viagem longa a bordo de um Scania rodoviário, o K420. Boa leitura a todos.
Sexta-feira, 28 de Novembro de 2014. Eu ainda estava em casa, e caía chuva lá fora. Já estava tudo definido e pronto, minha mochila estava pronta, as baterias do celular de música carregadas (sim, ele tinha 2 baterias: uma oficial e uma sobresalente), enfim, só restava ir. Eu estava esperando ir no carro 107 da Honofre Turismo, um G6 1550LD O500RSD, que já esteve por aqui. Então saí de casa. Ao chegar no local, fiquei aguardando no carro – com minha família – até o ônibus chegar, já que ele – e a maioria do pessoal – estava atrasado. Eu estava esperando o LD, mas quem apareceu foi a tal um Comil Campione 3.65 Vision Scania K420, carro 127 da Honofre Turismo. E ele tinha história, foi o ex-17000 da Gontijo, carro que foi enviado pela Comil para testes na Gontijo, porem não ficou na empresa e ali estava.

Carro em que viajei ainda na sua antiga empresa. Foto: Kleisson Gonçalves/Ônibus Brasil
Fiquei decepcionado por dois fatores: por ele ser Scania – eu aguardava o Mercedes, e quem já leu o blog sabe a birra que eu tinha com a Scania (graças ao 10717 da São Dimas), a supremacia que o O500 tem sobre a Scania (também já falei disso rapidamente por aqui), e por não ter tomada – a bateria do meu celular é baleada de fábrica, é um pouco fraca para as funcionalidades dele, assim, a bateria acaba rápido demais. Mas embarquei disposto a conhecer o K420 e o que ele tem de bom, assim como o editor do Rodoviária Digital, viveu numa experiência semelhante, descrita no texto "Laique a bós", que coincidentemente, eu havia lido umas 3 horas antes de sair. Ele termina seu texto com as seguintes palavras:


"Se tiver a oportunidade de viajar em algo similar a isso, aproveite. Pode ser divertido." (Castro, Marcelo. 2013)

Com este espírito, embarquei. A início, todos os que viajavam comigo se queixavam de algo (uns da altura, outros da ausência de geladeira, outros da ausência de Wi-Fi, eu da ausência da tomada e alguns reclamavam da cor do interior do carro, em forma de ironia), porém aquele bom espírito prevaleceu e eu fui esquecendo quase tudo (exceto a ausência da tomada, aliás, meu celular que não me deixava esquecer, já que o indicador na tela vivia baixando) a medida que o ônibus andava. Ou melhor, tentava andar. O trânsito estava congestionado graças a chuva, e especialmente na região onde eu iria passar, Cidade Industrial, por causa do fluxo de saída e de um show que ocorreria em um espaço nas redondezas, mas conseguimos finalmente passar e entramos na Fernão Dias. O ônibus foi andando bem redondo na estrada naqueles primeiros quilômetros, cenário perfeito pra uma noite chuvosa.
Ônibus em que viajei no GRAAL Bela Vista. Foto: Eric Breno da Silva
 E depois de uma retenção no Citrolândia, o sueco começou a andar bem rápido, e ia se revelando um chassi que fazia algum barulho, e chegou a me lembrar –  acredite – o O500RSD. O primeiro desafio era a Serra de Igarapé. Nem era desafio pra ele, já que nos tempos de Gontijo 17000 ele fora fixo nessa rota, então ele estava jogando em casa. Mas pra mim, era algo novo rodar mesmo de K420, pois percebi que um mito criado por mim, após uma visita na Gontijo e uma volta no 14950 dela, de que o Scania não faz barulho, era mentira. Ao barulho dele, atribuo quase a mesma frase que defini o som do O500RSD:


"Fazia algum barulho, é verdade, mas não era uma barulheira que trazia incomodo". (Eu mesmo em 2014)

E assim a viagem foi seguindo, o carro se mostrou eficiente, espaçoso e confortável. O único ponto questionável era o encosto de pernas, que era estreito demais pra mim, logo, insignificante (houve um trecho da viagem de volta que não utilizei-o, conto a seguir), porém deixei-o estendido. E o problema foi a configuração enviada pela Comil, já que vi fotos de um Campione da Transbrasiliana (que um amigo me enviou no facebook depois da viagem) em que o encosto era bem mais largo. E não era cisma de quem aguarava um Semi-leito, semanas depois peguei carona no 19060 da Gontijo, durante encontro do grupo Amigos do Trecho (inclusive esse carro em que eu viajava apareceu no encontro), e tirei a conclusão que o problema era a configuração. Mas não era algo extremamente desconfortável, eu enfrentei situações bem mais desconfortáveis (a experiência viajar num G6 2000 O400RSD 50tão de BH pra São Paulo não foi muito confortável, menos confortável ainda foi encarar G7 1050 OF1722M 49lug. uma semana depois, sorte que a viagem era curta) ano passado, e estou vivo. A mensagem padrão do carro era (além de hora, data e temperatura) algo sobre não esquecer as bagagens de mão no bagageiro interno (quem decora mensagens padrão de ônibus para fazer texto para um blog?).

Foto do Interior do carro (minha poltrona era aquela onde está o logo do blog). Foto: Eric Breno da Silva
Nas telas de LCD, estava passando o filme "Frozen: uma aventura congelante", porém eu não quis ver, pois filme eu vejo na minha casa (e no caso, vira e mexe tá passando no Telecine), já um K420 rodando não. Preferi prestar atenção no motor e na estrada, e assim foi até o GRAAL de Perdões. Lá fizemos a única parada da ida, que era pra durar no máximo 30 minutos, mas durou 50 minutos graças as longas filas dos caixas, situação que ocorreu por que todos os ônibus que estavam indo de Belo Horizonte pra São Paulo, ficaram presos nos congestionamentos da saída de BH, e atrasou a viagem. Adicione as excursões de romeiros para Aparecida, e pronto: tava feita a zona no GRAAL. Nisso deu tempo de tentar clicar, ficar de boa vendo o movimento, carregar o celular um pouco, deu tempo do Tigre da Util chegar, eu entrar na cabine, voltar pro ônibus e ficar um pouco lá, antes de sair. E saímos. O segundo motorista agora iria mostrar serviço, o Retarder também (que até ali havia feito poucas e timidas aparições). A intenção era gravar um áudio na segunda etapa, as condições eram quase favoráveis (eu tava na 46, sem ninguém do meu lado, e o ônibus andando bem), exceto pela conversa incessante. Então mexi um pouco no celular, e depois fui dormir. Acordei nos arredores de São Sebastião da Bela Vista, e vi que todos dormiam, então, gravei o tal áudio. (Esse áudio vai estar disponível pra vocês na sexta-feira que vem) Depois, voltei a dormir, pois estava bem cansado (acordei 6 da manhã aquele dia, assisti as aulas na escola, dormi por 1h30 antes da viagem, havia dormido após a parada, e ainda tava com sono. Isso por que nem usei a manta). Acordei só no sulzão de Minas, em Camanducaia. Acordei em tempo de ver o retarder em ação na região da Mantiqueira. E o motorista tava mostrando serviço, andando bem demais, e assim foi até o pedágio de Mairiporã, onde excepcionalmente houve a troca de motoristas. O motorista que havia feito BH - Perdões voltou ao comando e fez bem a Serra da Cantareira. Finalmente haviamos chegado a São Paulo. A volta de São Paulo não teve muitas novidades na operação e na viagem: eu dormi mais, meu celular carregou na tomada dos motoristas, gravei mais dois áudios quando acordei: um na região de Extrema, outro entre o Euronav de Camanducaia e o pedágio de Cambuí, um dos lugares na volta onde o retarder mais atuou, a fina que ele tirou de um G7 K400 da Gontijo após a saída do GRAAL Bela Vista (que não estava tão cheio quanto Perdões), dormi mais, e por fim chegamos a BH novamente.

Outra foto do carro em que eu viajava. Foto: Eric Breno da Silva.
Resumindo, eu gostei demais da viagem, a Comil é uma ótima carroceria, confortável, e sobre o chassi, deixo duas publicações que fiz no meu facebook durante a viagem, para encerrar o post:
"Eu conhecia a Scania dos anti-Mercedes, já tinha viajado de K310, mas hoje fui apresentado de fato a Scania. K420 muito bom!" "Nunca pensei que faria uma viagem tão boa a bordo de um Scania!"
Muito obrigado pela leitura, os áudios deste carro estarão disponíveis na próxima sexta-feira. Abraços a todos e até a próxima!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como distinguir as cores do transporte de BH?

Olá amigos, boa noite!!! Na postagem de hoje vamos falar sobre as cores dos ônibus de BH e RMBH, o que cada uma delas significa. Boa leitura a todos!!! A primeira padronização por cores de Belo Horizonte ocorreu no ano de 1982, juntamente com a organização do sistema, gerido pela Metrobel. Era o sistema Probus. Antes as empresas tinham pintura própria, porém a partir de então implantou-se um padrão válido para a cidade de Belo Horizonte e Região Metropolitana. Haviam apenas 2 cores, a cor azul representava linhas intituladas diametrais, que ligavam bairros e pólos regionais e industriais a outros bairros e pólos. A cor vermelha representava linhas expressas e semi-expressas, que ligavam bairros de BH e região ao Centro de BH. Depois veio a pintura do Uninorte, serviço que ligava Venda Nova ao Centro de BH. A pintura era branca com detalhes verdes. Veículo de linha semi-expressa do padrão Probus, circulando pelo DER. Foto: Vitor Rodrigo Dias. No ano de 1992 a Metrobel ac

Itapemirim e Pluma, o que elas tem em comum?

Olá amigos, boa noite! Após 2 semanas de folga, estou de volta. Hoje era pra ser um editor convidado, porém por razões pessoais ele não pôde produzir o texto, mas como o blog deve seguir, farei um paralelo sobre a história e o momento atual de 2 empresas renomadas no mercado: Pluma Conforto e Turismo e Viação Itapemirim S/A. Boa leitura a todos! Itapemirim e Pluma, o que elas tem em comum? Sobre elas muitos só sabem que são ícones do transporte rodoviário sul-americano, que estiveram a frente do seu tempo e estão em um grupo de empresas rodoviárias que mais sentiram o momento de crise que estamos vivendo, algumas fecharam, algumas venderam e transferiram linhas pra empresas parceiras ou não e outras estão com suas contas exauridas, operando regularmente  veículos que foram fabricados no início ou no meio da década de 1990 (e não apenas nas altas temporadas, onde é comum empresas financeiramente sólidas usarem este expediente). Porém, muita coisa as duas tem em comum, desde o início de

Uma ida ao Inhotim

Olá pessoal, boa noite! Após passar 5 meses sem texto, estou de volta, e hoje venho falar sobre uma curta viagem que fiz. Boa leitura a todos!  Quarta-feira, 10 de agosto de 2016. Acordei com uma meta fixa: partir para a rodoviária para adquirir bilhetes para o trajeto Belo Horizonte - Inhotim. A quarta-feira é um dia de visitação gratuita ao  Instituto Inhotim de Arte Contemporânea,  então eu decidi voltar lá após 7 anos (a minha primeira vez foi  nesse camarada aqui , em excursão escolar). Eu iria de coletivo mesmo, na linha 3788, entretanto por livre e espontânea vontade decidi ir de rodoviário na última hora, na terça à noite, por que se não fosse assim não seria eu. No site, o convencional estava esgotado, mas  para nooooossa alegria , haviam 8 passagens no Executivo, mas como não tenho cartão de crédito, teria de comprar as passagens pessoalmente. Até aí tudo bem, exceto pelo fato de que o Inhotim é um destino que tem grande apelo. Carro em que fui até o Inhotim. Assim, tra